O Grupo Nietzsche da UFMG tem o prazer de convidar todos os interessados para a sessão de Defesa de Dissertação de Anderson Manuel de Araújo, que ocorrerá no dia 04 de Junho de 2012, às 14:00h, na FAFICH/UFMG, auditório Baesse (sala 4059). Intitulada "Considerações sobre o erro e a ficção nas obras do período intermediário de Nietzsche", a Dissertação de Mestrado de Anderson Araújo retoma uma antiga, mas relativamente negligenciada tradição de leitura de Nietzsche como um filósofo comprometido com uma posição ficcionalista, que confere uma grande atenção ao caráter produtivo do erro em sua descrição dos diversos fenômenos humanos nos campos da moral, cognição, religião, estética. Esta tradição de interpretação foi iniciada por Hans Vaihinger no início do século XX e retomada recentemente por autores como Michael S. Green e Nadeem J. Z. Hussain. O elemento ficcional na obra de Nietzsche remete à sua inserção na tradição kantiana. A noção de ficção se inspira em algumas considerações de Kant difundidas tanto na Dialética Transcendental quanto na chamada Terceira Crítica, obra com a qual Nietzsche esteve envolvido no início de 1868, quando cogitou escrever uma Tese de Doutoramento sobre o conceito de Teleologia tomando como ponto de partida precisamente as considerações kantianas sobre o tema. Entre as notas que Nietzsche tomou para a futura Tese de Doutoramento encontra-se o questionamento da dicotomia kantiana entre juízo determinante e juízo reflexionante, assim como a sugestão de que a distinção entre as dimensões constitutiva e regulativa da cognição era menos nítida do que supunha a ortodoxia do kantismo. Estas sugestões, formuladas na forma de notas prévias para o trabalho de doutoramento, estão na origem do projeto nietzscheano de conversão da doutrina kantiana das categorias em um ficcionalismo generalizado, projeto que o próprio Nietzsche não consumou, mas deixou como tarefa para a filosofia futura.
Contra o pano de fundo de tais considerações, Anderson Araújo procura mostrar que todos os fenômenos humanos se movem no horizonte do erro e da ficção, o que inclui não apenas as formas de vida gregárias, mas também aquelas que Nietzsche associa ao espírito livre. Neste sentido, o desafio que se coloca ao longo das obras do período intermediário será o de descobrir um critério que permita hierarquizar minimamente tais sistemas de ficções e que permita ao filósofo manter o seu compromisso com a integridade intelectual, sem se tornar, com isso, vítima de seus excessos. Neste percurso, sugere Anderson Araújo, Nietzsche se depara com a noção de expansão da vida como um princípio capaz de cumprir esta função avaliativa no âmbito das ficções.
Parabéns Anderson, meu caro, pela conclusão do trabalho. Desejo a você todo sucesso na defesa!
ResponderExcluirParabéns, Anderson! Muito sucesso para você na defesa! Vou fazer o possível para ir! abs
ResponderExcluirObrigado Rogério, Oscar e Silvia!
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