“A tarefa de traçar uma imagem de mim, seja do pensador,
seja do escritor e poeta, parece-me extraordinariamente difícil.”
(carta a Karl Knortz, de junho de 1888)
Nesta auto-referência que ilustra o cabeçalho de nossa página, de certa forma se antevê refletida uma constatação comum a que chegam, em sua maioria, os que se dedicam ao estudo da filosofia de Nietzsche. Prova disso é que depois de mais de um século de estudos acerca de seu pensamento, os consensos alcançados são menores que as pendências interpretativas. Não que isto seja uma peculiaridade de Nietzsche, pois como se sabe, consensos em filosofia são raros. Entretanto, no caso de Nietzsche existe algo diferencial: ao contrário de outros grandes pensadores, Nietzsche tinha total consciência da dificuldade envolvida na interpretação de seus textos, tanto que se antecipou em fazer ele mesmo uma auto-análise na forma de sua biografia intelectual Ecce Homo. Em seu brado “Ouçam-me! Eu sou tal e tal. Sobretudo não me confundam!” é possível perceber não só a consciência do trabalho árduo que exige o destrinchamento de seus livros, mas também da natureza polissêmica de sua escrita, capaz de instigar as mais variadas interpretações, por vezes tão díspares, que assumem a forma da contradição.
Mas todos estes obstáculos não nos impedem de maneira alguma a entrega à tarefa de trilhar os tortuosos caminhos do pensamento nietzschiano; pelo contrário, ao atento estudioso de Nietzsche, estes servem antes como necessárias e bem vindas fontes de alegria! Além do mais, como já bem disse nosso amigo Olimpio Pimenta, mesmo que “o baú do filósofo tenha fundo” e que desta maneira não existam mais descobertas a serem feitas, resta ainda à obra de Nietzsche algo de inestimável valor para a filosofia enquanto processo ad infinitum: a sua capacidade de funcionar como instrumento na tarefa de pensar, ou seja, mesmo que não se acredite haver nada de novo a ser pensado em Nietzsche – o que é bem provável – sempre restará algo a ser pensado com Nietzsche.
Olá, meu nome é Max WIlliam. Li o seu texto e penso de igual modo sobre o pensamento de Nietzsche: há sempre o que pensar juntamente do filósofo. Porém, gostaria de saber se há a possibilidade de ajudar-me com indicações para a minha pesquisa nesse filósofo. O titulo de minha pesquisa tem a ver com o super-homem do pensamento de Nietzsche e, propriamente, o homem. No entanto, gostaria de saber se há indicações (livros, palestrar ou artigos)referente ao século no qual Nietzsche viveu. No caso seria o século 19. Peço encarecidamente, que haja uma troca de referências, mesmo que, de primeiro momento, seja somente de vossa parte. O que souber acerca do pensamento de Nietzsche sobre o super-homem, mande-me. Só mais uma gentileza, mande-me em meu e-mail: nene.m.alves@hotmail.com
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